domingo, 21 de agosto de 2011

Número de consumidores enganados não para de crescer no Brasil (matéria)


Como agora estou escrevendo para o Webjornal O Estado RJ, resolvi publicar minhas matérias aqui também: 

Na internet ou em lojas físicas, clientes são lesados e até ameaçados por e-mail

Marcelo Theobald
Cresce cada dia mais o número de consumidores vítimas de fraudes em lojas físicas ou eletrônicas. Na semana passada, uma consumidora chinesa descobriu que foi enganada ao adquirir, em uma suposta loja Apple, um Macbook Pro e um Iphone 3G. O estabelecimento, apesar de possuir produtos reais e estar todo decorado com a marca, sem autorização ou conhecimento legal, não emitia recibos aos clientes.


O dono da loja, que não quis ser identificado, argumentou que não existe uma lei na China dizendo que ele não pode decorar sua loja da maneira como quiser. Depois do ocorrido, outras cinco lojas falsas da Apple foram fechadas no país. Outras lojas com o mesmo esquema foram descobertas na Venezuela, Espanha, Itália e Croácia.


Enquanto isso, no Brasil, clientes também se sentem lesados por empresas que tentam tirar proveito da boa-fé de seus compradores. A estudante de direito Bruna Xavier fez a compra de um notebook pelo site Submarino e depois de esperar por uma semana teve uma desagradável surpresa: recebeu um tijolo no lugar do produto. Depois de reclamar por telefone, recebeu outro pacote pelo correio, com outro tijolo no lugar da desejada mercadoria.


Para a felicidade de Bruna, o Submarino finalmente fez uma terceira entrega na última sexta feira, dessa vez com o notebook que a estudante tanto aguardava desde junho. “É um alivio saber que o problema acabou, estava com medo de receber um terceiro tijolo”, diz a estudante, que já havia registrado queixa na polícia e no Procon.


Quando a falsa venda vira ameaça


Já a freelancer Mônica Valente, além de não ter recebido o Ipod que comprou no Mercado Livre, ainda foi ameaçada pelo vendedor que a atendeu no site. Ela conta que só fez a compra por se sentir atraída pelo preço, mais barato que em lojas físicas. Depois de quase um mês na espera do aparelho, Mônica resolveu entrar em contato com o site, que não fez nada. “Isso gerou efeitos psicológicos muito negativos na minha vida porque eu entrei numa paranoia de que eu tinha que resolver aquilo de qualquer maneira, porque eu já tinha consciência de que eu tinha sofrido um golpe”, revela.


Mônica lembra que se sentiu lesada ao depositar a quantia de mil reais para o estelionatário e ver que o Mercado Livre nada fez. Ela resolveu, então, “negativar” o vendedor e ele retornou com um e-mail ameaçador falando que ela não veria o produto nunca mais.


“Crime na internet ainda é algo muito novo no Brasil. Tomei trauma de sites de compras assim. Acabei descobrindo que o site era processado por outras pessoas por conta de prazos de entrega”, revela a consumidora, que entrou com um processo contra o site e, após dois anos, conseguiu ganhar e sair  do prejuízo. Segundo o advogado de Mônica, outras 50 vendas no mesmo esquema foram registradas no site.


Vale lembrar que só no primeiro semestre de 2011, apreensões feitas em Foz do Iguaçu pela Delegacia da Receita Federal do Brasil chegaram a 64,7 milhões de dólares em mercadorias e veículos. Muitos deles entrando de maneira ilegal no país. Os que eram despachados dentro da legalidade apresentavam, em sua maioria, defeitos ou eram produtos de segunda mão.

Matéria originalmente escrita por mim para o Webjornal O Estado RJhttp://www.oestadorj.com.br/?pg=noticia&id=7160&editoria=Mundo

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